Podcast: uma boa ideia para músicos e editoras

Os artistas e as editoras andam – ou deveriam andar – à procura de novas formas de promover o seu trabalho, a sua música. É neste sentido que me surpreende que o podcast ainda não seja utilizado como instrumento de divulgação.

Para os poucos que não sabem, um podcast funciona sensivelmente da mesma forma que um blog, mas em formato áudio (pelo menos, o tipo de podcast mais comum). Cada post, episódio ou que lhe quiserem chamar equivale a um ficheiro áudio; ao subscrevermos o podcast em serviços ou aplicações apropriadas para o efeito, recebemos automaticamente os novos episódios. O iTunes é o programa mais utilizado para subscrever e gerir podcasts e é o que eu uso.

Mas afinal porque deveriam os artistas e as editoras perder tempo com podcasts?

1 – Basta olhar para o core business. No caso dos artistas e das editoras é óbvio que é a música. Nesse sentido, o podcast é um formato natural. Áudio, meus amigos.

2 – O podcast é uma boa forma de chegar directamente aos consumidores mais fiéis. Aqui a lógica é semelhante à de uma newsletter: quem subscreve, fá-lo livremente porque quer saber mais sobre o artista e receber conteúdos. Esta escolha tem um valor inestimável.

3 – O conteúdo é completamente controlado pelo artista e pela editora. É como um programa de rádio em que tudo está sob controlo. Não há pressões nem cedências… e é perfeitamente natural que não haja.

4 – É de graça. Basta ter ideias, um microfone e umas horas por mês para gravar, editar e montar cada episódio.

5 – Gera algum ambiente positivo em torno dos artistas, pelo menos se não andarem a utilizar o podcast para divulgar ideais xenófobos ou outra parvoíce do género. Imaginem um podcast com uma versão ao vivo de uma música da vossa banda favorita. Imaginem que esta banda estreia uma música do novo álbum com uns comentários acerca do processo de gravação. Sim, não é interessante para toda a gente… mas aí podemos sempre voltar ao segundo ponto.

Só mais duas ou três ideias

Claro que há diferenças entre um podcast de uma editora e o de um artista: o primeiro terá de se assemelhar mais a um típico programa de rádio (mas esqueçam os jingles, por favor!) e o segundo será bem mais interessante se for mais pessoal, mais genuíno, mais DIY. De resto, a música é essencial em ambos os casos.

Sejamos sinceros: a popularidade do podcast não evoluiu como se esperava. No entanto, parece-me que os mais jovens já convivem naturalmente com este tipo de coisas; é apenas uma questão de tempo até que o podcast se torne vulgar. Mesmo que não seja utilizado em massa, há-de tornar-se comum.

Nem sequer falo dos podcasts de vídeo. Aí a coisa entra noutro nível completamente diferente… mas também envolve um pouco mais de investimento (têm uma câmara?).

É uma ferramenta como tantas outras. Não é a suprema salvação do negócio mas é certamente um apoio ao desenvolvimento de relações com os consumidores mais atentos. É deste grupo que saem os evangelizadores, os que passam a palavra. E em conjunto com outras acções, pequenas coisas como um podcast acabam por fazer diferença.