Editar em nome próprio: moda ou solução?

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A auto-edição está na moda. O Nuno Galopim chama a atenção para este facto a propósito da notícia de que os Shins estão a preparar-se para editar o seu próximo álbum pela Aural Apothecary, editora do vocalista James Mercer. A Sub Pop, que lançou todos os discos da banda até agora, poderá ficar encarregue da distribuição.

Já tinha visto a notícia há uns dias mas foi este comentário que me fez pensar um pouco mais sobre o assunto. Haver artistas a editar em nome próprio não é propriamente uma grande novidade: Ani DiFranco, por exemplo, lançou todos os seus álbuns (desde 1989, portanto) através da sua Righteous Babe.

A tal moda, no entanto, tem sido referida muito mais nos últimos tempos. Os grandes responsáveis são os Radiohead e os Nine Inch Nails, duas bandas que, depois de terminarem os contratos com as respectivas editoras, optaram por tratar sozinhas do lançamento dos seus discos. Tanto num caso como no outro seguiram-se downloads gratuitos, envolvimento dos fãs, webcasts e mais umas quantas iniciativas inovadoras. Os Radiohead, entretanto, deram uma distribuição tradicional ao álbum através da XL Recordings. Os Nine Inch Nails de Trent Reznor continuam felizes e contentes da vida assim.

Inovações à parte, será vantajoso para o artista prescindir da divulgação do seu trabalho através da máquina de marketing e de comunicação de uma major? Simplificando, se forem conhecidas, é quase que sim. Se não, é mais complicado.

Mas que dizer dos pequenos Arctic Monkeys, que antes de terem contrato já eram a next big thing britânica? Ou dos milhares e milhares de artistas ligados às majors que nunca conseguiram ter sucesso (umas vezes por serem francamente maus, outras por incompetência da respectiva editora)?

Pessoalmente, não tenho a certeza. Há sempre uma série de factores a ter em conta: públicos-alvo (por exemplo, uns estão mais presentes na Internet, outros nem tanto), notoriedade do artista, qualidade do trabalho, esforços de divulgação (sejam pessoais, de editoras independentes ou de majors) e por aí fora.

E vocês, o que têm a dizer relativamente a crescente mediatização da edição em nome próprio? Usem e abusem dos comentários.