Starfucker, o EP, as músicas e os meus disclaimers

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Apesar de terem lançado um álbum de estreia relativamente bem sucedido em 2008, descobri os Starfucker há apenas uns dias, graças ao podcast de indie pop do Indiefeed.

Em teoria, eu não deveria gostar dos Starfucker. Fazem electro-pop inequívoca, brincalhona, à anos 80 e eu não aturo habitualmente este tipo de bandas. Os MGMT safaram-se comigo, é verdade, mas as melodias dos hinos pop “Kids” e “Time to pretend” eram impossíveis de evitar.

Atenção: ao dizer que não deveria gostar dos Starfucker, não quero dizer que goste especialmente deles. Digamos apenas que justificaram a referência aqui, vá. E justificaram-na com “Boy Toy”, uma das músicas do EP Jupiter, lançado no início de Maio. “Boy Toy” é electro-pop, não haja dúvidas, mas tem ali uma sujidade que ajuda a desenjoar da doçura constante. Aproxima-se demasiado da sonoridade de outras bandas que por aí andam mas é gira.

No resto do EP, consigo destacar ainda o tema de abertura “Medicine”, que tem um refrão bastante groovy e um tanto ou quanto viciante, e “Biggie Smalls”, cuja grandiosidade disfarça alguma falta de imaginação mas que ainda assim escapa. O que não escapa é a horrorosa cover de “Girls Just Want to Have Fun”, nem que seja pela ideia. Esta coisa pseudo-cool de ir buscar pop semi-foleira dos anos 80 e fazer versões devia ser proibida.

Depois vêm “Jupiter” e uma remistura de “Rawnald Gregory Erickson The Second” (a versão original está no álbum de estreia) e ponho-me a pensar que é uma pena que o EP não acabe em “Biggie Smalls”.

Jupiter vale por uma ou outra música isolada. Não deixem que o resto vos impeça de ouvir o que este EP tem de bom.