Sobre a alta fidelidade

Durante quase um ano, as melhores colunas em minha casa foram as do televisor. Imaginam o pesadelo?

Pois que o pesadelo acabou. Comprei uma aparelhagem. Daquelas à maneira. Neste momento, é constituída por um amplificador, um leitor de CD e review, que não sou um audiófilo. Mas posso dizer que esperei demasiado tempo por graves destes…

Ainda quero completar isto. A curto prazo, vou comprar um gira-discos. A médio prazo, talvez um pré-amplificador para o gira-discos, se for preciso. A (muito) longo prazo, mais colunas, definitivamente.

Dado o meu estado de euforia ontem à noite (felizmente testemunhado por… bem, ninguém), creio que a minha felicidade é fortemente condicionada pela alta fidelidade. Voltou o prazer de percorrer as torres de CDs à procura da coisa certa para o momento, voltou aquele momento sublime em que o CD cai na gaveta do leitor. Voltei a hábitos que requerem outra velocidade, um ritmo mais lento. Todos sabemos que não digo adeus ao iTunes nem ao iPod. Mas isto é outra coisa.

Estreei a aparelhagem com “Fake Plastic Trees”, dos Radiohead. Pareceu-me adequado começar com a minha música favorita, que gosto muito de momentos simbólicos e de coisas parvas. E agora, pronto, estou feliz.