O preço dos downloads

Num esforço para roubar quota de mercado ao iTunes, a Amazon baixou o preço de uma parte significativa dos singles do seu top 100 para mais ou menos 47 cêntimos – metade do preço praticado pela loja da Apple. A Amazon está a suportar os custos desta redução sozinha, já que continua a pagar o mesmo às editoras. O objectivo é mesmo atrair clientela.

Duvido que esta acção tenha o efeito pretendido. Primeiro porque o iTunes continua a ter grandes vantagens por causa da ligação próxima a iPod, iPhone, iPad e afins. Depois, porque é uma acção temporária. Mesmo que consigam fazer mais negócio durante este período, qual é o verdadeiro incentivo ao download depois de darem por terminada esta acção?

A maioria das (poucas) pessoas que fazem downloads fazem-nos, desconfio, por conforto. Porque, convenhamos, é confortável ter acesso fácil e relativamente barato à música de que gostamos e passá-la facilmente para os nossos leitores portáteis. No entanto, enquanto não se pensar num modelo sério e conveniente de subscrição (e a Apple tem todas as condições para vencer essa batalha), os downloads pagos vão sempre perder contra os gratuitos.

Não vou sequer falar da possibilidade de um modelo de negócio mais abrangente que aceite a distribuição gratuita de MP3 por um motivo maior. Provavelmente, será este o caminho… mas ainda é cedo. E com notícias como as que têm surgido por cá, mais facilmente seguimos o caminho inverso.