The Walkmen em Lisboa: toda a gente gosta de nós

The Walkmen ao vivo

A sala tristemente intitulada TMN ao vivo recebeu este domingo uns impecáveis The Walkmen depois de nove dias seguidos de concertos (da banda, não da sala). E isto leva-me já à primeira questão: como é que a voz de Hamilton Leithauser aguenta aquela gritaria toda noite após noite? Não sei mas estou certo de que envolve pactos com o diabo.

Não conheço profundamente os The Walkmen mas gosto moderadamente deles – nomeadamente de You & Me, o álbum mais aclamado desta banda norte-americana. Como em tantos outros casos, não estou minimamente preparado para falar do alinhamento nem dessas coisas todas típicas de reportagens de concertos, portanto fico-me pelo gosto/não gosto honesto em versão extensa.

“In the new year”, “Heaven” e, claro, a fantástica “The Rat” brilharam num set intenso e bem conseguido que, apesar de relativamente curto (uma hora e meia, mais ou menos), teve direito a um encore com “I Lost You”, tema que demonstrou aquele extra de intensidade ao vivo que fez com que se transcendesse.

Reparem como três duas das quatro músicas que refiro são de You & Me, o que demonstra bem a minha capacidade para falar deste concerto – aliás, é por este motivo que nem conseguirão ler uma palavra minha sobre a primeira parte do espetáculo, oferecida pelo Filho da Mãe.

Um bom concerto para encerrar em beleza o fim de semana e uns dias intensos em música, com quatro concertos em coisa de semana e meia. Os The Walkmen vieram a Lisboa pedir-nos em casamento (isto aconteceu) e agora param uns dias (finalmente!) para recuperar. E eu faço o mesmo. Mas vou trabalhar enquanto recupero.