As melhores canções de 2013

Volcano Choir

Este é o segundo de três posts sobre o melhor da música em 2013.

Ao contrário do que vinha acontecendo nos últimos anos, ouvi mais música nova do que é habitual em 2013 – obrigado, Spotify. E apesar de continuar a ser difícil encontrar as coisas boas que o mundo da música tem para mim, este ano acabou por ser particularmente feliz em termos de canções. Se me perguntarem, as 10 melhores canções de 2013 são as que se seguem…

10 – Daft Punk feat. Pharrell Williams – “Get Lucky”

Não há grandes hipóteses de não incluir esta canção, pois não? A única falha de “Get Lucky” é mesmo a expectativa que gerou relativamente a Random Access Memories, o álbum lançado este ano pelos Daft Punk. Expectativa essa que saiu claramente gorada. Mas a música é gigante, um filho da mãe de um hino.

9 – Arcade Fire – “Reflektor”

É possível que os Arcade estejam a fritar. Reflektor, o álbum, tem ali um piquinho a azedo (ou a azeite, talvez) de vez em quanto mas há mais que motivos para o ouvir umas quantas vezes. “Reflektor”, mesmo a começar o disco, é o melhor exemplo disso.

8 – Junip – “Line Of Fire”

Os Junip passaram despercebidos este ano graças a um álbum mediano e pouco interessante mas “Line Of Fire” é claramente candidata a melhor música da banda (talvez “Black Refuge” ainda dê um bocadinho de luta). Grande e épica, como mandam as regras.

7 – The Shouting Matches – “Gallup, NM”

Uma das aventuras de Justin Vernon, mentor dos Bon Iver, em 2013 trouxe-nos um álbum de blues à moda antiga: uma banda a gostar do que faz e a gravar um disco com isso. “Gallup, NM” é coisa para ouvir de copo na mão e de olhos fechados (certifiquem-se só de que abrem os olhos quando levarem o copo à boca – se não ainda partem um dente ou assim). Tão bom, tão bom.

6 – The National – “Sea of Love”

Os The National fizeram um álbum abaixo do que podiam ter feito e isso reflete-se nas canções, nos concertos e em basicamente tudo (sim, conflito israelo-palestiniano, é de ti que estou a falar!). “Sea of Love” é uma das poucas maiores que a vida e merecia companhia ao mesmo nível.

5 – Local Natives – “Colombia”

Uma das minhas bandas do ano e definitivamente uma das canções que mais ouvi. Carregada daquilo que me apetece chamar de saudade, “Colombia” é o ponto alto de Hummingbird e uma canção que merece todo o destaque que lhe possamos dar. Musicalmente sensata, crescente e equilibrada, é das canções mais adultas e mais bem feitas que os Local Natives nos deram até hoje.

4 – Phosphorescent – “Song For Zula”

“Song For Zula” foi uma das grandes surpresas do ano. Aqueles arranjos de cordas, aqueles ecos na voz e na bateria… Tudo tão bem feito. Triste as fuck, sim, mas igualmente linda. Apetece ouvir vezes e vezes sem conta, até cansar (algo que ainda não se verificou aqui para estes lados).

3 – Daughter – “Youth”

Esta aqui é mais ou menos batota. “Youth” já tinha aparecido, ainda que numa versão ligeiramente mais crua, no The Wild Youth EP, de 2011, mas é tão menos interessante que é quase outra música. Ultrapassada esta questão logística, resta a música. Ando a ouvi-la há meses e meses sem conseguir cansar-me (e olhem que eu consigo ser obsessivo). Ouçam-na até não poderem mais.

2 – Haim – “Falling”

Confesso que demorei um bocadinho a chegar lá mas hoje em dia nem sequer percebo porquê. As Haim e “Falling”, mais especificamente, são das melhores coisas que 2013 nos trouxe. Esperemos que este pop/rock de raiz eletrónica (ou vice-versa) com cheirinho a 80s tenha vindo para ficar.

1 – Volcano Choir – “Comrade”

É oficial: Justin Vernon não consegue fazer coisas más. A prova disso é esta “Comrade”, um hino com a força de uma onda na Nazaré, uma canção com efeitos na voz e uma guitarra acústica a que apetece voltar todos os dias. É a melhor do ano, sem problemas.