Record Store Day 2015: carteira vs. coleção

RSD15

No sábado, a propósito do Record Store Day, fui às compras. Andei a pé, portanto optei por não fugir muito do centro de Lisboa. Ao contrário do que queria, não visitei nenhuma loja nova… e até cometi a heresia de dar um salto à Fnac.

Se há uns anos havia promoções e ações especiais em algumas das principais lojas independentes de discos em Lisboa, este ano parece ter sido marcado por uma certa indiferença por parte dos lojistas. Promoções mínimas ou inexistentes, sorteios manhosos e pouco mais. Ainda assim, gastei bom dinheiro em quase todas as lojas.

Primeira paragem: Carbono

Já não ia à Carbono há algum tempo e fiquei agradavelmente surpreendido com a oferta. Não tinham promoções mas ao menos estavam abertos, ao contrário do que tinha acontecido em 2014. A única coisa especial que fizeram foi dar a cada comprador uma oportunidade de girar uma roda da sorte – com prémios desde vales de desconto a discos surpresa. Eu ganhei €5; o Gonçalo, que foi comigo, ganhou €100, o prémio máximo. Destaco apenas que para usar o vale de €100, o Gonçalo terá de gastar €100 em discos… e só poderá usar o vale em discos usados. Asteriscos, asteriscos, asteriscos.

Quanto às compras propriamente ditas, fui apanhado num turbilhão de discos dos Radiohead que ainda não tinha. Uma promo em vinil de Planet Telex para DJs, um maxi single holandês de No Surprises (com a maravilhosa “How I Made My Millions”) e o CD de Pop Is Dead, que trouxe por apenas €15. Qual era a probabilidade de encontrar três discos de Radiohead que ainda não tinha? Não sei mas aconteceu. E para não sair da Carbono com fama de geek dos Radiohead, trouxe uma reedição em vinil do maravilhoso Astral Weeks, de Van Morrison. Estive quase para trazer um Puente Sobre Aguas Turbulentas, a edição espanhola da obra-prima de Simon & Garfunkel, mas achei que comprar coisas a gozar seria estúpido.

Gastei um dinheirão. E fui almoçar.

Olá outra vez, Louie Louie

Tinha visitado a Louie Louie há uma semana e sabia que era pouco provável encontrar muita coisa para mim. Mas vi para lá uma novidade que tinha de trazer: a edição em vinil de Carrie & Lowell, o novo álbum de Sufjan Stevens que está bem catita. Além disso, ainda trouxe para casa LP1 de FKA twigs (em CD), a banda sonora de 2001: A Space Odissey (para ouvir sempre que entro em casa) e a edição espanhola (mais uma vez!) da banda sonora de Porgy & Bess.

Fnac: e porque não?

Pode parecer esquisito visitar a Fnac num dia em que é suposto comemorar-se as lojas de discos que não são a Fnac mas… a Louie Louie é literalmente a um minuto da Fnac do Chiado. Além disso, a loja tem uma boa oferta de vinil, sobretudo de edições mais recentes… e tinha descontos. Portanto, porque não?

E ainda bem que lá fui. Andava atrás do vinil amarelo de Boxer, dos The National, há já algum tempo e nunca tinha agarrado nele para o levar, por um ou outro motivo. Então pronto, teve de ser. Aproveitei e trouxe o CD de What A Terrible World, What A Beautiful World, dos The Decemberists, para poder ouvir “Make It Better” ainda mais do que tenho ouvido (nota: tenho ouvido muito). Para compor o ramalhete, comprei Live At The Music Hall, de Phosphorescent, e fechei a loja.

Cumprir calendário na Vinil Experience

Situada num primeiro andar da Rua do Loreto, entre o Bairro Alto e a Bica, a Vinil Experience oferece simpatia, boa música e aconchego mas começo a chegar à conclusão de que não é para mim. Pelo segundo ano consecutivo, saí de lá de mãos a abanar porque simplesmente não havia nada que eu quisesse. Além disso, a vontade de gastar também não era muita, que o estrago já era grande.

Terminei a minha (relativamente curta) romaria do Record Store Day de mãos cheias e carteira vazia. A experiência, essa, devo dizer que se tornou vulgar. Foi como ir a uma loja de discos noutro dia qualquer e é pena: a experiência não costuma ser fantástica. Mas funciona um bocado como os festivais de verão: por mais que nos lixem com o pó, o trânsito e a falta de condições… no ano seguinte voltamos porque estão lá esta, aquela e a outra bandas. Portanto, enquanto houver discos, haverá quem queira visitar as lojas que os vendem.

a minha coleção vai crescendo.