21 concertos a não perder no NOS Primavera Sound 2015

NOS Primavera Sound 2015

Hoje começa o NOS Primavera Sound. Está na hora de fazer as malas e rumar ao sempre agradável Parque da Cidade, no Porto, para ouvir boa música e cumprir o que já começa a ser uma tradição, já que nunca falhei uma edição desde que o festival chegou a Portugal.

Os anos anteriores deram-me concertos enormes: a festa com The Flaming Lips e a visita especial à Casa da Música com Jeff Mangum em 2012 e os regressos apoteóticos dos Blur em 2013 e dos Neutral Milk Hotel no ano passado, entre muitos outros concertos memoráveis. O recinto, já se sabe, é do melhor que há em Portugal – só Paredes de Coura chega lá perto – e o ambiente é fantástico. Tenho a certeza de que nada disso mudará em 2015.

O cartaz do NOS Primavera Sound não é particularmente forte em nomes sonantes mas está repleto de pérolas. Vou tentar apanhar o maior número de concertos possível, como é óbvio, mas há alguns nomes que gostava mesmo de ver. A saber:4

Mikal Cronin

Há coisas que temos de ver porque são catitas. Mikal Cronin não vai mudar o mundo à guitarrada mas a música soa bem e tem a energia certa para um festival destes. Não é nenhum dissidente dos Gogol Bordello nem nada que se pareça – simplesmente faz pop/rock da boa.

Mac DeMarco

Mac DeMarco tem andado nas bocas do mundo desde há já algum tempo e, apesar de ter alguma dificuldade em compreender o hype, não me importava nada que ele me convencesse com o concerto que vai dar no primeiro dia do festival. Além disso, tenho a certeza de que a música dele vai soar muito bem ao vivo.

FKA Twigs

Nunca vi FKA Twigs ao vivo, não sou particularmente fã da música e ela perturba-me um bocado mas suspeito que o concerto pode ser uma bela surpresa. Estou muito curioso.

Interpol

A única vez que vi os Interpol ao vivo deu-me um sono desgraçado. Mas entretanto passaram-se oito anos e, apesar de estarem mortos para mim, apetece-me matar saudades das coisas mais antigas. Na pior das hipóteses, durmo uma sesta. Na melhor, festejo como se fosse 2004 ou assim.

Viet Cong

Têm a pouca sorte de tocar praticamente à mesma hora que Patti Smith mas são, pelo álbum que lançaram há uns meses, uma das bandas mais aclamadas do ano. E eu diria que é relativamente justo, pelo que vou tentar apanhar pelo menos uns 10 minutos de concerto.

Patti Smith

Tendo em conta que Patti Smith é o maior nome no festival, seria um bocado estúpido não a ver, certo? E sim, nem sequer sou particularmente fã dela mas há coisas que simplesmente temos de fazer. Provavelmente vou deixar de lado o concerto acústico de hoje e ficar-me pelo espetáculo dedicado a Horses amanhã.

José González

Já o vi este ano e foi exatamente tão bom como esperava: muito bom e um tanto ou quanto mortiço. Receio que possa perder-se alguma daquela beleza singela em festival, com ouvidos e atenções menos dedicados, e que a coisa possa tornar-se sobretudo aborrecida mas… vamos ver.

Twerps

Caso José González não resulte, é sempre bom ter um plano B. Twerps é o meu plano B… e tem potencial para ser uma das boas surpresas do festival.

Sun Kil Moon

Apesar de estar irritadíssimo com Universal Themes, nunca poderia perder este concerto de Sun Kil Moon. Promete ter banda e, já que pouco se aproveita do último álbum, pelo menos as canções de discos anteriores prometem valer a pena. Há ainda o possível bónus de sermos ofendidos por ele e pelo seu peculiar… humor.

Spiritualized

Spiritualized é a Ivete Sangalo do Primavera Sound (bem, acho que é só a segunda vez mas vocês percebem a ideia). Não levantará poeira. Talvez Jason Pierce nem se levante da cadeira. Mas é sempre um prazer. Mesmo que seja durante uns 10 minutos.

Belle & Sebastian

Não perco o concerto dos Belle & Sebastian por nada deste mundo. Nunca os vi, o que é uma falha enorme na minha caderneta, mas vou aproveitar ao máximo. Não sei se vou gostar do concerto, se me vai aborrecer, se vai ser a coisa mais bonita do mundo… É uma incógnita total. Mas estou confiante e vocês deviam estar também.

Pallbearer

A probabilidade de ver os Pallbearer ao vivo é reduzida, dado que tocam praticamente à mesma hora que os Belle & Sebastian. No entanto, se por acaso o concerto durar mais tempo, quero passar por lá. No meio de tanto indie rock e derivados, pode ser que uma sonoridade mais pesada ajude a recalibrar os ouvidos.

Antony & The Johnsons

Nunca fui grande fã de Antony. Aliás, nunca fui grande fã de vozes minimamente soul. Mas algo está a mudar… e talvez este concerto possa beneficiar disso – aos meus ouvidos, claro.

Run The Jewels

Não fiquei particularmente impressionado com o aclamado Run The Jewels 2 mas é muito provável que a coisa resulte bem ao vivo. Como o concerto é à 1h40, não prometo nada.

Jungle

Por falar em concertos à 1h40… Nunca ouvi uma música do FIFA ao vivo e esta é a minha oportunidade. Se ainda estiver pelo festival e se os Run The Jewels não me tiverem conquistado, é a Jungle que vou recorrer.

The Thurston Moore Band

Se Spiritualized está para o Primavera Sound como a Ivete Sangalo está para o Rock In Rio, os diferentes elementos dos Sonic Youth são os Xutos & Pontapés. E pronto, caso sobreviva às consequências da frase anterior, quero ver se dou um salto ao palco ATP para ver Thurston Moore.

Foxygen

Será o último concerto deles em Portugal ou não? Os Foxygen não chegaram a esclarecer se este  Farewell Tour era o que parecia mas desconfio que ainda vamos poder vê-los mais algumas vezes nos próximos anos, se quisermos muito.

Damien Rice

O primeiro álbum de Damien Rice continua a ser a sua grande referência, pelo que nem sei muito bem o que esperar. Mas quero perceber o que vai acontecer. Pode ser que seja uma seca, pode ser que seja uma hora bem passada. Duvido que vá mudar a minha vida… mas isso também não é para todos.

Death Cab For Cutie

Em 2012 cancelaram o concerto que tinham agendado para o Primavera Sound por causa do mau tempo que se abateu sobre o recinto. A ver se desta vez não arranjam desculpas, que ando há uns dez anos para os ver. É pena que os apanhe numa altura em que os bons álbuns deles acabaram há uns… dez anos. Mas estou confiante que não se vão armar em Mark Kozelek (pese embora a amizade entre Ben Gibbard e o criador dos Sun Kil Moon) e me vão dar bastante material antigo para me entreter.

Ride

Por falar em entreter, vai ser giro revisitar os anos 90 com os Ride. Guitarras, guitarras, guitarras e distorção. Em 2013, houve My Bloody Valentine. Este ano, a organização decidiu fazer algo semelhante, mas aligeirando um bocado a coisa. Continua a haver distorção mas pode ser que desta vez se ouça alguma coisa além das guitarras. Alguém arrisca apostar?

The New Pornographers

É definitivamente a banda que mais quero ver no Primavera Sound. Há anos que sonho com um concerto deles ao mesmo tempo que lhes rogo pragas. Com o excelente Brill Bruisers na bagagem, já para não falar de álbuns antigos enormes como Twin CinemaChallengers e Electric Version, promete ser um dos meus concertos e encerrar o Primavera Sound em grande. Estas expectativas estão a pedir para ser cumpridas, certo?

Consultem o cartaz completo do NOS Primavera Sound aqui.